sexta-feira, 11 de abril de 2008

Magic Teórico: "Tempo" em limited


Olá a todos,


Esta semana vou falar dos princípios básicos da teoria do magic, a teoria do Card Advantage vs Tempo, direccionando-me sobretudo para as vantagens de um bom tempo em limited.Para começar temos de definir "Tempo". Este conceito, para o magic, significa a capacidade de usar a mana de forma eficiente, com o evoluir dos turnos, no sentido de jogar mais magias que o adversário e ganhar o jogo. Por exemplo, um baralho que faça turno 1 jackal pup, turno 2 tarmogoyf, turno 3 troll ascetic é um baralho que está a usar toda a mana que tem disponível turno a turno, no sentido de colocar pressão no adversário. Como tal tem um bom "tempo". Um outro baralho que a primeira jogada que faz é jogar uma Wrath of god no turno 4, é um baralho que não tem um "tempo" muito bom, apesar de ter um elevado índice de card advantage, algo a que a cólera tão bem nos habituou.É neste equilíbrio que reside o sucesso de um baralho. Mas em límited, na minha opinião este equilíbrio é completamente diferente de constructed. Em constructed temos raras com bons custos de mana a ditar as leis, como as cóleras e os tarmogoyfs. Isto faz com que as curvas de mana sejam muito mais baixas e os "tempos" muito importantes. Em límited isto não acontece. Os drops bons de custo um são pouco abundantes, e muitos drops de custo 2 são rapidamente tornados irrelevantes por cartas com custos de mana mais elevados. As curvas de manas são bastante mais altas e centram-se nos custos 3 e 4, ao contrário do custo 2 que geralmente domina constructed.

Logo, como o João disse no seu artigo sobre comprar ou começar primeiro, de facto em limited o tempo é menos explosivo e logo menos importante, e as coisas tendem mais para o card advantage. No entanto continua a ser essencial para um baralho ter um bom tempo, mesmo em limited.

Isto acontece porque em limited os baralhos não estão tão bem equilibrados como em constructed, os mana screws são mais frequentes, as mão que começam a jogar ao turno 3 e 4 também são mais frequentes. Logo, se tivermos um baralho bastante eficiente em termos da utilização da mana, todas estas situações jogam a nosso favor. Mas mais importante do que tudo isso é evitar que os jogos em limited se tornem uma roleta russa, decididos pelas raras bomba no endgame, em que quem tiver a rara melhor ganha.

Um dos melhores jogadores de limited do tour, Quentin Martin, afirmou num artigo recente, que faz os baralhos no sentido de colocar o adversário numa posição em que só as bombas deles os podem salvar. Que melhor maneira de colocar o adversário numa posição destas do que ter uma boa curva de mana? Não só colocam o adversário desde logo numa posição defensiva, como dão menos turnos para o adversário poder comprar as ditas bombas.

Só mais duas coisas àcerca do tempo para acabar. Primeiro, ter um bom tempo não implica ser um baralho agressivo, um deck com um bom tempo é um baralho que faz uso eficiente da mana no sentido de rapidamente conseguir controlar o jogo e virar a situação de jogo a seu favor. Baralhos de controlo podem, e geralmente os bons têm, ter um bom "tempo". "Tempo" e agressividade são dois conceitos diferentes.

Segundo, acho que em limited muitos jogadores atacam pouco. Isto apenas leva a mesas de jogo gigantes, com mil bichos de cada lado, em que nenhum jogador pode atacar com medo do contra-ataque. Assim gera-se a situação de roleta russa que descrevi acima, em que os jogos são decididos na base de quem compra primeiro a bomba. Muitas vezes é bem jogado atacar com uma 2/2 para cima duma 2/2, só para limpar os bichos da mesa. E muitas mais vezes é bem jogado não bloquear e iniciar uma corrida ao dano, sobretudo quando voces determinam que a vossa mão é superior à do adversário naquele momento. Isto impede o adversário de ter muito tempo para recuperar de situações de mana screw e dá-lhe menos tempo para comprar as suas melhores cartas. Atacar também tem a vantagem de forçar erros, devido à pressão que coloca no jogador que defende.

Até para a semana, e até lá ataquem muito,

Daniel

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